Factos Fictícios

Monday, November 07, 2005

Fundação - Jack Oso Drack, apresentação

M.E.D.Ø.™ comics!
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CHAOTIC PLANS®



Fundação


Jack era só mais um entre o enxame de mercenários que migravam frequentemente das ilhas sulistas para Bloody Fang em busca de fortuna. Talvez não tenha sido justo quando me dirigi a Jack como "só mais um". Black Jack, como o apelidavam, era especial. Um pequeno talismã, em forma de espiral rectangular, conferia-lhe uma sorte incomum. Raramente perdia nos jogos de azar e perigos diversos eram antevistos por um ligeiro aquecimento do colar que usava ao pescoço. Esse colar, o seu talismã, havia-lhe sido oferecido, há muito, como parte do pagamento do transporte de uma figura sinistra e misteriosa que ia supostamente numa missão terrorista contra a Ordem de Utopolis.
Antes de continuar acho que devo fazer uma pequena abordagem sobre a política, nada simples, de Kudos. Kudos é basicamente constituído por quatro principais nações. A maior, a de Bloody Fang – Garra Sangrenta – alberga a maioria da população de Kudos. É uma comunidade gerida pelas grandes organizações clandestinas e criminosas onde impera literalmente a sobrevivência do mais apto. No entanto a LEI – Legião Estatal de Intervenção – desempenha um papel crucial na protecção da população civil. Fang tem a melhor polícia de intervenção de Kudos e o melhor exército depois de Utopolis. Mas apesar de todos os esforços, cada vez mais as cidades e as indústrias são dominadas pelos sindicatos do crime organizado, formando uma vasta rede que abrange mesmo outras nações.
Uma delas Ossecus Kingdom – Reino de Ossecus –, a nação da indústria e do comércio, que devido à sua fraca vigilância, se torna rapidamente num antro criminal e num abrigo dos fugitivos à Lei de Fang. Já pelo contrário, a C.C.C. – Comunidade Citadina Civilizada – resiste às influências da sua vizinha nação de Bloody Fang, mantendo sempre estável o seu ecossistema social. Embora liberais e tolerantes para com o estrangeiro, as autoridades de C.C.C. mantêm controles alfandegários rígidos. A sua legislação para com emigrantes é no mínimo ditatorial. Mas ainda mais restrita é Utopolis – o projecto inicial que iria abrigar todos os kudianos numa gigantesca e utópica cidade. Esta sim uma ditadura militar absoluta onde, embora desfrutando de todas as comodidades possíveis e imaginárias, os seus cidadãos têm de seguir à risca pesados mandamentos, incutidos pelos conselheiros d'O Imperador Dvorák. O seu não cumprimento leva, no mínimo, à secreção da comunidade (ou por expulsão da nação, ou por encarceramento nas prisões na ilha de Zacatral de onde nunca ninguém conseguiu fugir e de onde, certamente nunca alguém conseguirá) e no máximo à pena de morte. Mas o mais importante a referir é o facto de os generais de Utopolis pretenderem conquistar de novo Kudos e assimilar todas as outras nações. Para isso usam métodos promocionais e subliminares que terão oportunidade de conhecer mais tarde. Agora que já sabem um pouco sobre Kudos, podem entender o porquê dos comuns atentados terroristas em Utopolis.

Continuando com Jack, não era só o talismã e os seus atributos que o tornavam especial. De facto existiam poucos pilotos como ele. Conhecia todos os tipos de aeronaves e era capaz de pilotar qualquer uma delas na perfeição. Já recebera uma menção honrosa por lutar ao lado da força aérea de C.C.C. e tinha já antes integrado a tripulação do primeiro trans-fang que atravessou a traiçoeira atmosfera do Mar de Kudos, sendo o seu co-piloto. Era decerteza um dos melhores pilotos de sempre e o melhor de Bloody Fang.
E assim foi ganhando a vida. Torno-se famoso em Bizar Dream, uma cidade parasita de Vega que consegue ser a única, em toda a nação, a registar um nível de criminalidade maior ainda do que o da própria Vega. Foi talvez por isso que Jack se começou a envolver nos negócios mais clandestinos e obscuros. Importar produtos de Ossecus era tarefa lucrativa e relativamente simples. Jack começou a conhecer os contactos e rapidamente se entrosou no negócio começando mesmo a operar por conta própria. Um trabalho bastante vantajoso mas com um inconveniente – a ilegalidade.

Um dia foi-lhe oferecida imunidade judicial, dentro da nação de Fang, em troca de um pequeno serviço. A imunidade judicial vinha muito a calhar para um mercenário como Jack. Funcionava como um livre-trânsito onde fosse válida. Jack cumpriu o seu dever. Recolheu a "encomenda", como chamavam na gíria às coisas a ser transportadas, numa remota ilha a sudoeste da gigantesca península de Kudos. Leva-la ao destino é que era a proeza. O ponto de entrega ficava numa pequena localidade na periferia de Utopolis - Soac - que, embora fosse uma das áreas por acabar, abrigava um provisório acampamento militar que impedia a vandalização que poderia emergir da fronteira com Bloody Fang. Com o seu degradado Pegasus, um pequeno avião comercial que modificara e artilhara à sua maneira, Jack esforçou-se por passar despercebido aos radares e ao controle por satélite que se pensava o exército Utopoliano possuir. Mas não conseguiu. Foi detectado quando acabara de despejar o contentor que transportava, no local preestabelecido. Com a sorte que o vulgarmente acompanhava, conseguiu escapar ileso e só precisou de fazer alguns pequenos reparos na sua nave de estimação. Nunca chegou a saber o que tinha entregue, e durante alguns dias pensou muito no que valeria um passe de imunidade judicial em Fang. Com esta aquisição Jack era praticamente intocável.
Era uma pena que apenas fosse válido dentro da nação de Bloody Fang. Black Jack continuou no ramo e foi amealhando algumas economias. O seu trabalho era agora muito mais fácil de cumprir. Já não usava o seu velho Pegasus mas sim um novinho em folha. Quando juntou economias suficientes, Jack resolveu tirar uma longas férias. Achava-se a arriscar demais da sua farta sorte.
Artilhado até aos dentes Jack aventurou-se de novo na sua terra natal – as ilhas sulistas, o território de ninguém. Fez de um pequeno rochedo o seu esconderijo - afinal o que era um bom mercenário sem o seu próprio abrigo? Em tempos tinha habitado aqui uma pequena população que explorava uma próxima plataforma petrolífera. Depois quando os recursos naturais cessaram e o petróleo se esgotou abandonaram os seus lares e partiram para o continente em busca de prosperidade. Um velho e um jovem moravam ainda na pequena ilhota, numa cabana rudimentar perto da costa sul. Jack contratou-os como ajudantes.
Demorou alguns meses para que Jack se habituasse a viver assim, isolado da civilização, como lhe chamavam. Uma pasmaceira constante fê-lo sentir saudades da confusão e violência de Bizar, a que se tinha acostumado. E de qualquer outro modo não era isto que pretendia. Jack tinha ambição e poder suficiente para fundar uma pequena cidade. Sim, era isso que ele queria. Um dia decidiu voltar a Bizar Dream. Como sempre ia até Vega no seu avião e depois arranjava um qualquer meio de transporte para lá, já que Bizar não dispõe de cais-aéreos. Desta vez comprou um robusto flutuador - uma espécie de mota voadora bastante rápida mas pouco segura e fiável; no entanto era barata.
Pelo meio do caos do trânsito aéreo Jack concentrava-se para não embater nos multergos. Tanto que nem apreciou a assombrosa paisagem que o rodeava. Os edifícios de Vega eram tão altos que navegando entre eles deparava-se-nos a impossibilidade de ver o solo. Apenas se vislumbravam uns ténues brilhos, provavelmente de outros flutuadores ou multergos a altitudes mais baixas. Demorar-lhe-ia um dia inteiro a chegar ao destino e por isso resolveu parar para uma pausa mesmo à saída da cidade. Embora passasse muito tempo em Vega, esta era tão grande que Jack ainda a conhecia muito mal.


Nota: este é um breve resumo da história de Jack Oso Drack. A acção, propriamente dita, tem início no próximo post. Recua-se no tempo para dar início à saga de Jack que, infelizmente, não foi desenvolvida além do próximo post.

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